O próprio título desta resenha já resume o que
iremos tratar ao longo deste texto. A
Batalha de Argel e Indochina, dois filmes diferentes em sua estética e engajamento,
porém com um item em comum: a abordagem de um tema que até hoje é uma
página negra na história - o
Neocolonialismo francês e também o processo de independência de duas
colônias então dominadas por este
Estado, Argélia e Indochina.
Ambos
os filmes foram premiados em diversos países e abordam, de forma diferente e
peculiar, uma parte da História que jamais será esquecida. O longa
metragem de Gillo Pontecorvo é um filme político, logo entende-se que se trata
de um longa que leva a História para a tela. Nele, Pontecorvo retrata a luta do
povo argelino contra o colonialismo francês (contra sua exploração territorial
e armamentista – fator determinante para se deter poder na época), fato que se
tornou um marco no processo de libertação de diversas colônias no continente
africano.
Irreverente do início ao fim, o longa se
mantém atual mesmo com o passar dos anos, onde se pode ter uma comparação
(dentro dos limites do tempo), com a atual situação Estados Unidos x Iraque; em
outras palavras, aquilo que se vê desde o início da civilização: dominante vs
dominado.
As
conseqüências do neocolonialismo francês na África, assim como a trama de A
Batalha de Argel, estão mais vivos do que nunca e continua a aparecer através
de manifestações racistas. Um exemplo claro dessa “herança” do imperialismo e
da idéia de civilização de povos através da força e da história, pode ser vista
em 1998, no exato dia 12 de Julho no
qual a França sagrava-se campeã mundial de futebol ao vencer o Brasil
por 3 a 0.
O grande herói do jogo foi o atacante Zinedine Zidane que, bem como outros 13
jogadores que defendiam a seleção francesa, tinham suas raízes fincadas em ex
colônias francesas, como a própria Argélia,
e territórios da África, da América e da Oceania, colonizados pelos
franceses no século XIX, tendo suas profundas marcas no quesito cultural,
político e econômico de boa parte do mundo chamado imperialismo,
neocolonialismo.
Já em Indochina, longa metragem
francês de Régis Wargnier, que tem como protagonista a atriz Catherine
Deneuve, além de Vicente Perez, Linh Dan Phan e Henri Marteau, em
detrimento do filme A Batalha de Argel, aborda o tema “neocolonialismo” de
forma superficial (embora explícito no quesito de exploração de mão de obra e
da borracha – sinônimo de poder e industrialização), sendo usada somente como
pano de fundo de uma romântica e dramática história de amor.
No Vietnã durante os anos 30, a francesa Eliane
(Catherine Deneuve) é dona de um grande seringal (logo uma matéria prima
essencial, visto a crescente industrialização no século XIX) adota uma menina órfã,
Camille, filha de vietnamitas que foram mortos em um acidente. A criança é
educada nos padrões europeus. Com a aparição de um jovem oficial da marinha
francesa Jean Baptiste, a então poderosa Eliane se apaixona pelo mesmo, em
tempo que sua filha Camile também demonstra interesse no marinheiro que, a
pedido de Eliane, é transferido.
Todo esse enredo tem como pano de fundo
o neocolonialismo francês e no final do longa a menção da independência
da Indochina , então dividida em Vietnã do Norte e Vietnã do Sul.
No decorrer do longa, passagens implícitas deixam
claro a constante do neocolonialismo – rico vs pobre; dominante vs dominado –
medo de uma maioria desfavorecida (que sabe que, caso contrarie as normas de
seu colonizador, terá seu destino marcado pelo sofrimento) e de uma minoria
pertencente à elite da sociedade, que opta por “não enxergar” os caminhos que
começavam a ser traçados.
Apesar dessa visão parcial, Indochina
tem seus pontos altos e de crítica peculiar como descreveu o repórter Luis
Carlos Mérten do jornal O Estado de S. Paulo: “...o salto alto quebrado da
bela Catherine, representando o fim da dominação colonial.” Uma cena
extremamente significativa no romanesco Indochina.
A Batalha de Argel
Indochina
Ae, Jayson, tudo bem?
ResponderExcluirnão sei se era esse post que voce me pediu pra ver, acredito que sim, hehehe.
Muito bom o texto e o video também!!!!! Tem que ter vindo de você mesmo, pura sensibilidade e magnitude de conhecimento sua. Congratulations!!!!! Você é incrivel, me comove muito, sabendo eu que gosto muito desses assuntos de periodo politico da hisotria e filmes dessas linha é fico orgulhoso em ser amigo seu, hehehe pois ter amizade com alguem que possui uma mente original e Inteligência Incomparável!!!!!!!! Abração!!!!! Quando escrever mais coisa me avisa!! Ficarei feliz. Abc...
Oi Ti!
ResponderExcluirSim, era esse o post que te recomendei!
Que bom que você curtiu o texto. Fiquei muito feliz, contente e instigado a produzir mais e mais com esse seu comentário. Muito obrigado! Sempre digo que escrevo para o mundo mas se uma pessoa ou trezentas lerem para mim tem a mesma importância. O importante de verdade é o compartilhamento de conhecimento.
Abração amigo e volte sempre que volta e meia posto coisas interessantes.
Abraço.