domingo, 4 de setembro de 2011

O Milagre da Vida


Mãos trêmulas, ansiedade e um misto de preocupação e felicidade. Todos esses gestos e sentimentos tomaram conta do meu corpo e do meu coração ao saber da notícia. Meu segundo sobrinho, o primeiro filho do meu irmão caçula estava prestes a nascer. Como conter a felicidade e aquela agitação pré-parto que toma conta dos pais? Eu, sinceramente, não sabia, mas o que eu estava sentindo deve ser muito parecido. Dentro de mim, sentia como se o filho fosse meu. Não via a hora de poder ver aquela carinha, sentir o cheirinho de sua pele, o macio dos seus cabelos e, porque não, ouvir o sibilar do seu choro, pedindo para saciar a sua fome de recém-chegado ao mundo. 
 
Meu irmão era só felicidade. Seus olhos brilhavam. Seu sorriso, então, não escondia a alegria que tomava conta do seu coração paterno. Pai de um filho que não foi programado, que veio ao mundo sem pedir, mas que encheu de felicidade os seios de duas famílias com a sua vinda. 

 

 
Conheci o Guilherme um dia depois do seu nascimento. Fiz tudo o que um tio babão e bobão faria. Fiquei parado, hipnotizado, vendo aquele pequenino ser sendo alimentado pela mãe. Tirando seu cochilo vespertino. Acordando com vontade de mamar ainda mais. Passei a mão pelos seus cabelos fininhos e negros, com cheirinho de recém-lavado e perfumado.  Não consegui pegá-lo no colo. Confesso que tenho muito receio de levar nos braços esses pequeninos.  É muita fragilidade para um ser desastrado como eu. Prefiro admirá-lo a acaricia-lo enquanto está no colo dos outros tios e avós.
        
        O nascimento do Guilherme, além do furor e da felicidade de enfim tê-lo em nosso convívio, me fez pensar no quão milagroso é o dom da vida.  Que mágico é termos a oportunidade e o poder de conceber, do nada, um novo ser.  Fazer do inexistente algo que existe e que fará parte do nosso futuro.  Esse poder que nos é dado é o verdadeiro milagre da vida que precisamos e devemos defender a cada amanhecer.   Temos o poder de ensiná-los a viver em um novo mundo. Onde a esperança e o respeito ao próximo deve imperar.  Seja bem-vindo ao mundo, Guilherme!



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