terça-feira, 18 de outubro de 2011

As Cores das Flores

           Uma criança cega precisa escrever uma redação sobre as cores das flores. O vídeo mostra o desafio do menino para conseguir cumprir a tarefa. A tradução para o português foi feita para o blog "Assim como Você", de Jairo Marques.







"Há muitas pessoas de visão perfeita que nada vêem"......


 "O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido"...

                                                                                                (Rubem Alves)

sábado, 15 de outubro de 2011

Dançando no Escuro


                                               
 
Neste final de semana resolvi fazer um programa diferente. Ir a um lugar diferente, assistir a um filme diferente e encontrar pessoas diferentes. Aproveitei para conhecer um lugar que há tempos tinha vontade de conferir, a Cinemateca Brasileira. E, nada melhor que conferir logo de prima um filme de Lars Von Trier, o aclamado e inovador "Dançando no Escuro". 

 
"Dizem que é a última canção, mas eles não nos conhecem, só será a última canção se deixarmos que seja"


  
Sinopse:

Selma Jezkova (Björk) é uma mãe-solteira tcheca que foi morar nos Estados Unidos. Ela tem uma doença hereditária que a faz perder a visão, algo que também deverá acontecer um dia a seu filho Gene (Vladan Kostig), um garoto de doze anos. Entretanto, em virtude de saber que existem médicos nos Estados Unidos que podem operar seu filho isto foi o suficiente para fazê-la imigrar para o país. Ela trabalha muito duro e guarda tudo o que ganha para a cirurgia do filho. Bill (David Morse) e Linda (Cara Seymour), seus vizinhos, juntamente com Kathy (Catherine Deneuve), uma colega de fábrica, a ajudam no que é possível, mas quando Bill se vê em dificuldades financeiras rouba o dinheiro que Selma tinha economizado duramente. Este roubo é o ponto de partida para trágicos acontecimentos.






Cinemateca Brasileira - www.cinemateca.com.br






sábado, 8 de outubro de 2011

Lendo...A Cor da Magia ( El Color de La Magia)




        Este livro eu  ganhei da minha querida amiga Maria Cabal do site Soy Cazadora de Sombras y Libros que mora na Espanha. Obrigado amiga pelo regalo. Estou amando a leitura.

        A Cor da Magia de Terry Pratchett é o primeiro livro da cultuada série Discworld. A história relata as aventuras do mago Rincewind e do estranho turista Duasflor, tudo com muito bom humor. Nessa aventura, os personagens praticamente fazem um tour pelo disco, o que os leva a encontrar um grande herói, um terrível demônio e dragões, além de se aproximarem perigosamente da borda do mundo.


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

RIP Steve Jobs

     "Os loucos que acreditam serem capazes de mudar o mundo são de fato aqueles que mudam o mundo." 
 
  R.I.P Steve Jobs. via





sábado, 1 de outubro de 2011

Solitários


            O solitário é um indivíduo invejado.  É um ser que se basta. Que, aparentemente, não se importa com silêncio, escuro. É prático. Não costuma expor intimidades, vontades, portanto, nunca saberemos se ele não se importa de estar quase sempre só, nem se é feliz em ser solitário. Ser um pode ser vantajoso: ao invés de uma garrafa, uma taça, de um apartamento duplo, um simples.

    Não sabemos em quem vota, quem apóia, nem se conhece o desagravo. Sabemos que viaja sozinho, mas não temos certeza, já que não há registros em álbuns ou fotologs. Solitário não vai a Paris ou Nova York. Prefere Hong Kong, Lituânia e Croácia. Se o seu desejo é não se comunicar, busca lugares e línguas desconhecidas.

    À manhã, o solitário encosta no balcão da padaria. Uma média com pão na chapa. Só. Apenas diz bom-dia para o balconista, que o atende há anos. Sorri rapidamente e se concentra no jornal, que compra na banca, não assina. Porque solitário compra as publicações na banca. Faz compras aos poucos, paradoxalmente para não se sentir só. Compra um bife de cada vez, um leite de cada vez. Não faz estoque, não tem despensa, já que, ciente da sua solidão, gosta de circular. Um solitário jamais faz compras pela internet. Nem joga jogos que não solitários jogam pelo computador. Nem entra em salas de bate-papos. Porque ele não é carente, apenas solitário.

    Na padaria, ninguém sabe onde mora. Muito menos o seu nome. Apesar de, todas as manhãs, há anos, o solitário encostar no mesmo canto do balcão. Acreditam que ele não gosta de futebol. Porque nem repara na tevê ligada no canal esportivo, que absorve a atenção dos outros fregueses.

   O solitário vai para o trabalho de metrô. De táxi, teria de conversar com o motorista. De ônibus, com o cobrador. Ele fica em pé, no canto do trem, para não ter de se sentar com alguém que possa puxar um assunto. Um solitário não sabe conversar espontaneamente. Antes de um encontro, ele planeja o que dizer, as frases que vai usar, as opiniões que vai emitir. Ele pensa antes se concordará ou não com a política municipal, estadual e federal. Escolhe observações que não polemizam, ''pois é, incrível o que estão fazendo com a nossa cidade''. E ninguém sabe se está elogiando ou criticando. Frases cujo único intuito é tornar o mais breve possível o diálogo, já que um solitário não é de muita conversa.

    A segurança do prédio de escritórios sempre barrava o solitário. Ele é invisível, apesar de trabalhar naquele local há anos, em que acompanhou a evolução da segurança, que de um hall livre passou a ter porteiros, depois seguranças terceirizados, depois guaritas. As atuais guaritas eletrônicas com crachás com chips e, para os visitantes, balcão com pequenas câmeras e micros, que cadastram qualquer indivíduo que pise naquele chão de granito branco, o salvaram do constrangimento de impedirem a sua entrada. Mas mesmo com o crachá com chip acionando o verde da guarita, liberando-o, o segurança de plantão olha desconfiado e se pergunta: ''Como nunca vi este sujeito aqui?'' E costuma, QAP, perguntar sutilmente à Central se há registro de crachás roubados.
  
    O solitário chega ao trabalho e vai direto para a sua baia. Nela, não há cores, não há fotos de parentes ou amigos, nem recados ou correspondência, apenas o seu computador. É limpa, como se ninguém trabalhasse nela.

     A maioria do escritório acredita que o solitário é gay. Ou melhor, é um gay que nunca saiu do armário. Porque nunca o viram com nenhuma mulher. Nem com a Lucila, secretária nova, que ficou a fim dele, provocou, mas ele, nada. Portanto, é gay, concluíram. Mas também nunca o viram com ninguém. E gays costumam ser sociáveis e festivos. O cara, não, era apenas solitário, não gostava de homem nem de mulher, não gostava de se relacionar, Lucila dizia, e dava bronca em todos: ''Por que vocês, seus machões, acham que um homem sozinho é gay?''
     O solitário é muito eficiente no trabalho. Almoça sozinho em restaurantes. E nem abre um livro para disfarçar. Almoça sozinho olhando para o vazio. Não se importa em esconder que é, sim senhor, um solitário.

    O solitário vai ao cinema sozinho, compra uma Coca light gigante só para ele, e se alguém se senta ao seu lado, ele fica se controlando por alguns minutos, até não agüentar e, numa explosão de sentimentos confusos, levantar-se e mudar de lugar. Todo solitário é magro. Pois não come fora de hora, não bebe muito, não se entope de petiscos de botequim.

   Solitários têm amigos. Mas nunca telefonam. Eles vão a festas. Não dançam. Encostam-se nas paredes e olham os que dançam. Circulam bastante, porque gente concentrada e muito barulho atormentam.

     Uma curiosidade o solitário desperta: se é um indivíduo que inveja os não solitários.

Texto de Marcelo Rubens Paiva. Um dos meus escritores preferidos.