sexta-feira, 24 de junho de 2011

A Nasa Não Quis Ouvir

Em uma manhã de céu limpo, em janeiro de 1986, o ônibus espacial Challenger explodiu no ar, matando todos os astronautas a bordo.  Voltemos um ano no tempo. Roger Boisjoly, cientista experiente contratado pela Nasa, encontra graxa queimada em anéis parcialmente gastos em função da viagem anterior da nave. Ele suspeita que as baixas temperaturas às quais o ônibus espacial foi submetido tenham danificado os anéis de borracha, rompendo a selagem e permitindo que os gases quentes do foguete propulsor escapem.
Boisjoly realiza testes de laboratório. A 23 graus Celsius, os anéis primários perdem a capacidade de selagem por 2,4 segundos. A 10 graus, por dez minutos. O anel de reserva permanece selado. Mas a temperaturas muito baixas, ele conclui, nenhum dos anéis mantém a capacidade de selagem, o que provocaria uma explosão no foguete propulsor. Boisjoly então leva a questão ao alto escalão da Nasa.
No dia anterior ao lançamento do ônibus espacial, a temperatura é de 8 graus negativos. Boisjoly insiste que a temperatura deve ser de, no mínimo, 12 graus para que a nave possa ser lançada em segurança. Um oficial do alto escalão da Nasa responde : “Meu Deus, para quando você quer que eu marque esse lançamento? Abril?”
Os gestores contratados votaram pelo lançamento. Quatro votos à zero.
    


 Essa história verídica, publicada no livro “Princípios da Gestão Eficaz” de Michael A. Zigarelli traz a tona situações que muitos de nós, que atuamos em grandes corporações passamos diariamente. Diversas vezes percebemos problemas graves ocorrendo no nosso ambiente de trabalho. A primeira atitude que a maioria de nós pensa em tomar é analisar e contatar o superior imediato para que tudo seja resolvido da melhor maneira possível.  Mas, e quando isso não acontece? Quando toda a sua análise, toda sua força de vontade e principalmente, sua palavra for deixada de lado?  Quando sua atitude for interpretada como a de uma pessoa encrenqueira e não a de um membro de uma equipe? O que posso dizer, meu caro amigo,  é que assim como a Nasa em 1986, quem não tiver o dom de saber ouvir, pode descobrir, tarde demais, que  essa postura é essencial.
"É fácil saber todas as respostas quando você não se importa em ouvir as perguntas"

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